
"Quando tinha depressões era tudo muito difícil, faltava-lhe o ânimo, não tinha esperança de se curar e tinha medo que o público soubesse. Tentei dar-lhe perspectivas e esperança. Pensávamos que conseguiríamos ultrapassar os problemas com amor, mas às vezes o amor não basta." Foi desta forma sentida que Teresa Enke abordou o suicídio do marido e guarda-redes da selecção alemã.
Com as lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto e de voz trémula, Teresa afirmou ainda na sala de imprensa do Hannover 96: "Dizia-lhe que nem tudo era mau, que havia coisas belas na vida, mas infelizmente não resultou. O futebol era tudo para ele."
Robert Enke, de 32 anos e ex-guarda redes do Sport Lisboa e Benfica, vivia actualmente um dos melhores momentos da sua carreira desportiva, tendo até como assegurado o lugar de guarda redes principal da selecção alemã. Ainda assim, o factor psicológico e a saúde mental de Enke, foi preponderante para a ocorrência deste acontecimento chocante. Depois da tragédia, Teresa Enke revelou á imprensa que o seu marido sofria de depressão há vários anos, mas foi a morte da sua filha de 2 anos, em 2006, que agravou a situação mental do jogador. Robert Enke fez questão de esconder o seu sofrimento e a vontade de acabar com a sua vida, chegando até a recusar tratamento.
O factor psicológico é decididamente importante na saúde e na performance de um atleta, porque, apesar de Enke viver um dos melhores momentos desportivos, estava incrivelmente afectado psicológicamente pela depressão que sofria, acabando por dar um fim á sua vida, atirando-se para debaixo de um comboio, na madrugada de 12 para 13 de Novembro.
Fonte: Correio da Manhã
Até à próxima publicação,
Raggazi Affascinante (André)